“No momento que decidi deixar o Brasil eu queria viver uma história nova comigo mesma. Queria buscar novos rumos e oportunidades. Uma questão de formação pessoal.” Juliana Cavalari
Juliana Cavalari |
É com essa inspiradora frase que o Inquietude Brasileira inicia um novo projeto, em que serão realizadas
pequenas entrevistas com pessoas mais que interessantes, que na busca por seus
sonhos decidiram mudar suas vidas, partindo para novos rumos em outra cidade, estado
e até em outro país.
Vários são os motivos que fazem as pessoas optar por imigrar. Aqui
serão postos alguns bons exemplos de pessoas que ao tomar tal decisão, tiveram
que se adaptar a uma nova cultura, leis e fazer novos amigos. O imigrante é um
ser admirado e invejado por sua coragem e liberdade que o torna interessante devido
à sua abertura de espírito.
Aqui serão realizadas entrevistas a brasileiros que vivem em
outros países, bem como estrangeiros que vivem no Brasil. Esse espaço será
utilizado para entre outras coisas, um intercâmbio cultural.
As entrevistas serão iniciadas com Juliana Cavalari, uma
publicitária brasileira, que com 27 anos já morou em dois outros países e hoje
mora em Milão, na Itália. O Inquietude
Brasileira ficou curioso para saber o que ela tem de bom para contar. Nada
melhor que saber da Itália pelos olhos de uma brasileira, não é?
Nome e idade
- Juliana Cavalari. 27 anos
Terra Natal
- Ponta Grossa. Paraná.
Lugar em que mora atualmente e há quanto
tempo.
- Moro em Milão, exatamente há 4 anos.
É casado (a)? Tem filhos?
- Sim, sou casada. Porém sem filhos.
Mora com quem?
- Moro com meu marido.
Já morou em outros lugares antes?
- Morei na Espanha e na Inglaterra.
Teve dificuldades quanto a visto? Quais?
- Não tive dificuldades não. Acho que
o problema do visto é a burocracia. Isso incomoda e desanima bastante.
Do que sente mais saudade de sua terra natal?
- Da família e dos amigos.
O que acha mais interessante do local/ pessoas
onde mora atualmente?
- o que eu mais gosto é poder respirar
cultura 24 horas por dia e dela ser acessível a população. Sobre as pessoas, o
melhor é poder trocar uma ideia com pessoas de outros países. É sempre útil e
agradável. Os italianos são bem acessíveis a conversa.
O que considera mais estranho/engraçado em
termos de comportamento do local ou das pessoas daí?
- Nada de muito estranho vem a minha
cabeça no momento. Mas os italianos falam muito alto. Isso é uma verdade. E
discutem bastante no telefone celular pelas ruas.
Já precisou de atendimento médico? Como foi?
- Já precisei sim. Foi muito tranquilo
e a saúde na Itália é gratuita para todas as pessoas, independente delas serem
turistas ou não.
Qual o meio de transporte que costuma usar?
- eu costumo caminhar por todo o
centro. Mas quando preciso, uso transporte público. É de fácil acesso e simples
de usar.
Como é a segurança pública onde mora?
- É eficiente. A Itália é um país
muito tranquilo de se viver.
Como é custo de vida de onde mora?
- Milão é uma cidade cara no meu ponto
de vista. Mas está no padrão das capitais européias.
Em algum momento sofreu discriminação por ser
estrangeiro (a)?
- Nunca sofri com nenhum tipo de
discriminação aqui na Europa. Sempre fui muito bem recebida.
O que te inquietava e te fez decidir mudar de
país?
- No momento que decidi deixar o
Brasil eu queria viver uma história nova comigo mesma. Queria buscar novos
rumos e oportunidades. Uma questão de formação pessoal.
Você trabalha com o que?
- Sou publicitária.
A necessidade com toda certeza, faz-nos
desenvolver habilidades antes desconhecidas. Acha que a mudança de país fez
desenvolver em você algum talento antes desconhecido? Qual?
- Eu não sei talento. Mas acho que
desenvolve muito o fato de se virar sozinho. Ficamos mais independentes e
também sabemos resolver problemas com muita facilidade.
Considera-se uma pessoa inquieta?
- Um pouco. Sempre estou buscando
coisas novas.
Sabe a língua local? Considera importante?
- Falo italiano desde o segundo mês
que cheguei na Itália. Depende muito de qual país você está e por quanto tempo
vai viver ali. No meu caso, acho sempre importante aprender o idioma local, me
esforço muito para entrar na cultura.
Sabe falar mais alguma língua?
- Sim. Falo 4 idiomas. Inglês,
espanhol, italiano e claro o português.
Conhece muita gente do seu país de origem onde
mora atualmente?
- Sinceramente não. Conheço poucos
brasileiros por aqui. Não sei lhe responder o porquê. Mas conheço alguns.
Como foi a adaptação ao país que vive? Tem
amigos?
- No início é sempre complicado. Nunca
é 100% fácil. Mas sempre me dou um período de adaptação de 3 meses para começar
a sentir bem o lugar aonde estou. Eu nunca desisto antes disso. Aliás, eu nunca
desisti de nenhum lugar que morei. É importante você dar um tempo para se
encontrar onde escolheu para viver.
Em relação a amigos, foi mais difícil.
Mas aos poucos eu conquistei meu espaço.
Sua visão de mundo mudou após essa mudança de
vida? Qual foi a diferença?
- Sempre muda. Muda para melhor. Você
também passa a observar a sua terra natal com mais carinho e admiração. Mas a
visão sobre o mundo abre e se desenvolve. O respeito pelos outros cresce junto
com o interesse de aprender sobre novas culturas.
Tem alguma dica para quem deseja morar
aí? Qual?
- Não desista. No começo é sempre
difícil. Mas aos poucos tudo vai melhorando. Persistência é a palavra-chave.
Pensa em morar em outro país diferente? Qual?
- Penso. Talvez Holanda. Ainda é algo
a se planejar.
Pensa em voltar para sua terra natal?
- Penso também. Mas não está nos meus
planos agora. Mas o Brasil é sempre o meu Brasil. Está lá me esperando.
Quais são seus planos para o futuro?
- Cuidar da minha saúde para viver em
muitos mais países ainda. Ser feliz, independente de onde eu estiver.
Amei a entrevista, já estou na expectativa para as próximas, belíssima resposta quanto ao futuro.
ResponderExcluirParabéns Thais!
Jaqueline Batista.
Obrigada, Jaqueline. Terão mais com certeza.
ExcluirGostei bastante da entrevista, muito boa para esclarecer potenciais viajantes a se tornarem verdadeiros cidadãos do mundo.
ResponderExcluirContinue com essa iniciativa.
Israel
A idéia é essa, estimular novos viajantes.
ExcluirParabéns pela iniciativa, Thais ! Adorei a entrevista e a entrevistada, desde de tão nova já aberta a novas experiências...já desbravando o mundo tão cedo . Inspiradora realmente! Ansiosa por novas entrevistas.
ResponderExcluir